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Transtornos Alimentares (TA) são distúrbios psiquiátricos caracterizados por alterações no comportamento alimentar, levando a problemas físicos, psíquicos, bem como estresse emocional e social. Os quadros de Transtorno Alimentar mais comuns são a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa, além dos Transtornos Alimentares Não Especificados e do Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica.
Os Transtornos Alimentares têm origem multifatorial: fatores genéticos, familiares, psicológicos e socioculturais podem contribuir para seu desenvolvimento. É fato a influência da moda e das mídias na busca por silhuetas curvilíneas, corpos malhados e estética perfeita, o que tem acentuado esse tipo de preocupação por parte de homens e mulheres (muitas!) , levando à baixa autoestima e insatisfação ao se olharem no espelho. Quando essa busca é exacerbada, levando a compulsões, sofrimento e desespero, atos prejudiciais à própria saúde e integridade física, requer tratamento psiquiátrico, certamente. O doente dificilmente reconhece seu estado, por isso, os familiares e pessoas próximas devem ajudar e buscar orientação especializada.
Os Transtornos Alimentares (TA) como a Anorexia Nervosa, Bulimia e Compulsão Alimentar afetam aproximadamente 15-20% da população, particularmente adolescentes e jovens adultos.
Apesar de vários estudos psiquiátricos, genéticos e neurobiológicos, o mecanismo molecular responsável por esses transtornos permanece um mistério. A característica comum das diferentes formas de TA é a desregulação do consumo de alimentos, o qual é diminuído ou aumentado, dependendo da situação.
A Anorexia Nervosa é caracterizada por uma perda voluntária de peso, motivada por um desejo patológico (exagerado) de emagrecer, aliada a um medo intenso de engordar. Uma distorção na percepção da forma e do tamanho do próprio corpo também estão presentes. Pacientes com Anorexia Nervosa sempre apresentam peso abaixo do normal e recusam-se a se alimentar adequadamente, mesmo sabendo do risco que correm. Dedicam-se a atividades físicas exageradas, jejuam, vomitam, usam recursos purgativos e moderadores de apetite, porque têm uma distorção grave da autoimagem. Moça esquálida, pesando 20kg, é capaz de sentir-se obesa. A Anorexia Nervosa geralmente se inicia na adolescência. Porém, nas últimas décadas, tem sido frequente também em meninas mais jovens (9 a 11 anos de idade).
A Bulimia Nervosa é caracterizada por repetidos episódios do comer compulsivo, acompanhados de uma sensação de completa perda de controle alimentar em que o paciente ingere compulsiva e indiscriminadamente grandes quantidades de alimentos em um período muito curto de tempo. Estes episódios são seguidos de métodos compensatórios e inadequados para evitar o ganho de peso como vômito auto-induzido, abuso de laxantes e diuréticos, jejum (ou períodos de restrição alimentar), dietas rigorosas e exercícios físicos excessivos.
Na Bulimia, não é a magreza que chama a atenção. Às vezes, são mulheres de corpo escultural que cuidam dele de maneira obsessiva. Passam o dia fazendo dieta. Vão a restaurantes e pedem somente uma salada. Se houver uma batatinha palha no prato, colocam-na de lado. No entanto, de uma hora para outra abrem a geladeira ou vão a uma confeitaria e comem tudo o que veem pela frente. Depois vomitam, vomitam muito. Algumas chegam a vomitar 5,10, 15 vezes por dia para evitar o aumento de peso e provocam tantos vômitos que chegam a ferir os dedos.
A Bulimia Nervosa costuma surgir em mulheres um pouco mais velhas, perto dos 20 anos.
O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) é um diagnóstico específico atual pela 5a versão do Manual Diagnóstico dos Transtornos Mentais (DSM-5) da Associação de Psiquiatria Americana. Neste caso, os indivíduos têm compulsões alimentares, ingerindo grandes quantidades de alimentos em curto período de tempo (cerca de 2 horas), em episódios de perda do controle associado a vergonha, sentimento de culpa e depressão. O grande diferencial deste transtorno em relação à Bulimia Nervosa, é que aqui não existe nenhum tipo de compensação em relação aos episódios compulsivos. Este transtorno é mais comum em indivíduos obesos (principalmente os que passaram por cirurgias bariátricas) e adultos. É comum também entre pacientes com diabetes do tipo II.
O tratamento de qualquer transtorno deve ser individualizado. Somente o psiquiatra, com trabalho em equipe multidisciplinar, é capaz de avaliar e prescrever a melhor terapêutica para cada paciente, se envolverá psicoterapia ou não e, nos casos de transtornos alimentares, especificamente, orientação nutricional por nutricionistas ou nutrólogos, além de medicamentos específicos.
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