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Gerar é o sonho da maioria das mulheres e o imaginário popular, incentivado pelas mídias, por histórias infantis, recheia esta fase com doçura e magia. Apesar da importância inegável do momento, são poucas as mulheres realmente preparadas para a verdade desta fase de suas vidas, em que ocorrem transformações físicas, metabólicas, hormonais e sociais, requerendo uma estrutura psicológica que nem todas possuem. O fato de haver mudanças significativas, somado ao despreparo para a realidade e a oscilações hormonais, pode levar as grávidas à depressão. Mulheres moderada e gravemente depressivas antes de ficarem gestantes, certamente não devem interromper seu tratamento.
Cerca de 10% a 20% das gestantes têm depressão, o que é ignorado nos exames de pré-natal.
A gestação costuma ter diferentes significados e representações para as mulheres.
Isso não é para denegrir esta maravilhosa fase de vida da mulher, mas para deixar claro, sem preconceitos e com dados clínicos e científicos substanciais, que as vivências podem ser muito distantes daquele modelo mágico e idealizado de felicidade universal obrigatória. E é bom frisar que a gravidez não protege a mulher contra a depressão, isso é mito.
Alguns sintomas da depressão na gravidez
O tratamento deve ser realizado quando o diagnóstico psiquiátrico detectou a doença depressão, o que precisa ser feito por um especialista e com todos os cuidados necessários, avaliando-se os riscos e benefícios envolvidos. Alguns antidepressivos podem ser utilizados.
Os gatilhos para os transtornos são muitos. Podem ser físicos, como diabetes, doenças na tireoide, ou psicológicos, oriundos de dificuldades para engravidar ou de abortos anteriores. Baixo suporte sócio-familiar, gravidez de risco, abandono do tratamento, exclusão sócio-econômica e gravidez não desejada são alguns dos outros fatores que aumentam a predisposição.
É sabido que as depressões que acontecem na gravidez, quando não tratadas, evoluem para as depressões pós-parto.
Um dos alertas é: durante os nove meses de espera pela chegada do bebê, a maior parte das sensações da mulher é creditada a transformações hormonais e corporais caracterizadas do período. Isso nem sempre é verdade. A família precisa estar atenta e quando acreditar que algo não vai bem, procurar ajuda especializada. Outro fator a ser considerado é: se a mulher já tem depressão, deve consultar o especialista em saúde mental feminina para avaliar qual tratamento será mais adequado. Há medicamentos eficientes que podem ser usados por gestantes, desde que prescritos por profissionais experientes e que acompanhem o caso de perto, avaliando riscos e benefícios para mãe e bebê.
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